A saga dos atormentados

O que diferencia o homem comum do herói é o tormento. É do tormento e da dor que nasce a nobreza. A alma só pode se afinar e se purificar quando é movida por um profundo sentimento de dor e de perda, os quais motivam a existência e a razão de ser do herói. Não é essa fragilidade sob a força que faz de personagens como Homem-Aranha, Batman e tantos outros tão populares no mundo inteiro? Não é a própria figura do Cristo que nos remete ao peso de dor e insatisfação com os incompreensivos como força propulsora do mito, da superioridade?

Se é assim, assim sempre será. A purificação da alma e a nobreza do caráter estão diretamente relacionadas à dor, à insatisfação, à entrega, à renúncia, ao sofrimento. O bom caráter, o bom moço, o bom herói nunca será vitorioso, feliz, vencedor. Ele sempre trará agruras e arranhões, dores e sofrimentos. Sua vitória sempre será simbólica, relativa, nunca absoluta. Ele é “absoluto” por ser relativo. Ou seja: está acima dos demais porque sabe suportar a dor e o sofrimento acima dos outros.

O herói por excelência é o Surfista Prateado. A nobreza de sua alma incorruptível, a renúncia de sua maior paixão e de sua própria liberdade por amor ao próximo, pela salvação de seu planeta, o semblante angustiado e sofrido de um sujeito rejeitado por aqueles a quem escolheu proteger é a maior evidência de sua alma heróica.

E como é que a gente se sente quando é incompreendido? Como a gente se sente quando nossos esforços são vãos, nossas escolhas são frustradas? Como a gente se sente quando faz planos e só consegue ver pessoas dilapidando ou depreciando os panos que fizemos? Como nos sentimos frente às cobranças, exigências e imposições ao nosso redor?

Olhando nos olhos desse herói angustiado, que vaga solitário em sua prancha reluzente – e a prancha, por ser sua condutora, é uma metáfora dos sonhos e dos ideais que nos fazem “voar”, romper os ares em busca de nossa eterna felicidade inalcançável – nos lembra o velho objeto de desejo freudiano, tão bem revelado por Buñuel em Esse Obscuro Objeto do Desejo: a felicidade está sempre tão próxima que (a exemplo da barreira invisível que separa o Surfista Prateado de sua amada Shalla-Bal) parece possível, mas logo alguma coisa nos mostra que ela é inalcançável. O dia que a atingirmos, então ela será contingência, será balela, deixará de ser felicidade.

Só é felicidade porque não pode ser alcançada. Só é felicidade porque está longe, está distante. Tão longe, ta perto. Tão certa, tão impossível. Diante de nós, mas inacessível. Só sabemos que podemos ser felizes porque as dores e os infortúnios constantes nos lembram isso: que a matéria-prima do homem (ainda) é o sonho, e que sonhamos o tempo todo com aquilo que jamais podemos ter. Desse sofrimento e dessa angustia nasce a nossa força, mas dificilmente alcançaremos aquilo que almejamos da maneira como imaginamos que possa ser.

Quando Norin Rad se dispôs a virar Surfista Prateado para evitar a consumação de seu mundo, selou seu destino: tornou-se extremamente poderoso a partir de seu sacrifício e eternamente angustiado por conta de sua privação. “Grandes poderes, grandes responsabilidades” – lembrava Tio Ben ao Homem-Aranha.

Sem caminhos pra seguir na incerteza de chegar
Quem decide por partir, só pensa em procurar
Um futuro com alguém, não importa o que passou
Já nem se lembra mais, quer é recomeçar
Tantas vidas pra viver, tentando se encontrar
Tantas coisas por fazer, pra se purificar
Não consigo mais sonhar, já me basta o que vivi
Sofrendo ao desejar, Quimeras que eu não consegui
Deuses do além, duendes do ar
Anjos do bem, vão te mostrar
Uma luz maior, capaz de convencer
Que um mundo bem melhor, que existe em você
Só pro seu prazer
Uma luz maior, a força e o poder
Sangue e suor, de quem te fez viver
Hoje eu sei porque
Eu não vou mais fugir de mim...
Eu não vou mais fugir de mim...

(Quimeras – Letra de Guilherme Isnard)

É por isso que o traço inconfundível de John Buscema eternizou a criação de Stan Lee, personificando a expressão de angústia e sofrimento do mais angustiado e mais idealista de todos os heróis já criados – citado por seu criador como seu personagem preferido. Ele, o Surfista “Norin Radd”, retrata como nenhum outro a insuficiência de nossa alma errante, que vaga por nossas vidas como aquele herói numa prancha, em busca de uma felicidade que existe, mas nos parece tão próxima quanto impossível ou inalcançável.

Meu caminho é cada manhã
Não procure saber onde vou
Meu destino não é de ninguém
Eu não deixo os meus passos no chão
Se você não entende, não vê
Se não me vê, não entende
Não procure saber onde estou
Se o meu jeito te surpreende
Se o meu corpo virasse sol
Minha mente virasse sol
Mas, só chove e chove
Chove e chove

Se um dia eu pudesse ver
Meu passado inteiro
E fizesse parar de chover
Nos primeiros erros
O meu corpo viraria sol
Minha mente viraria
Mas, só chove e chove
Chove e chove

(Primeiros Erros - Letra de Kiko Zambianchi)

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008 às 17:23 , 0 Comments

A Síndrome de Peter Petrelli

Peter Petrelli: figura retórica que oscila entre o herói e o sujeito angustiado.

Peter Petrelli é um conhecido personagem, protagonista da série de televisão americana Heroes. Inspirada na concepção dramática dos mutantes X-Men, a série mostra jovens com poderes sobrenaturais e suas dificuldades para conviver com as habilidades e manter seu caráter incorruptível diante deles. Os mais afoitos querem dominar o mundo, os menos ambiciosos querem salvá-lo. E Peter Petrelli é o mais poderoso de todos eles: basta estar diante dos tais que absorve imediatamente seus poderes. Assim sai acumulando os poderes, embora sua índole não se corrompa e seu caráter de herói se mantenha preservado. Pelo menos até que isso mude em alguma temporada.

O convívio com as pessoas nos faz, muitas vezes, parecer um Peter Petrelli. Em meio ao confronto, ao conflito, absorvemos o que está ao nosso redor e nos modificamos em função disso. Se nos parece difícil tentar manter o controle dos mecanismos sociais que nos circundam, mais ainda é entender quando, de alguma forma, esses mecanismos nos parecem totalmente sob controle. Em nosso convívio, articulamos e procuramos regrar as coisas à nossa volta. Mesmo a quebra das regras não significa, em momento algum, o "desregramento; pelo contrário: pressupõe-se, nesse movimento, a criação de novas regras. Mudar um plano simbólico, reconstruir uma significação, sugere uma reposição semântica, uma re-significação dos códigos, um "re-simbolismo". São novas regras que substituem as anteriores, porque a ausência da regra seria a ausência de significado, e o pensamento humano não resiste nem pode conviver com a inexistência simbólica.

O desfecho da primeira temporada faz a analogia do Messias, do "salvador" que sofre, se doa, morre e (já na segunda temporada) resusscita para dar seqüência a seu "plano de salvação". Petrelli vai acumulando poder, e assume a responsabilidade de, com isso, doar-se por uma causa maior, filantrópica.

Nossos talentos, nossas habilidades, aquilo que somos ou representamos para os outros, acabam fazendo de nós sujeitos "responsáveis" por alguma coisa. Assumimos compromissos, nos vemos muitas vezes presos à imagem de herói, imagem mítica que as sociedades precisam, requerem e projetam. Os mitos fazem sentido, contróem sentido, dão sentido às sociedades. Em esferas menores, homens se tornam mitos em seus grupos de convívio, e ocupam papéis de destaque que os fazem, de alguma forma, dependentes de uma imagem. Cobranças inevitáveis e pressões decorrentes dessa responsabilidade aparecem. O que os grupos não contam, porém, é com a desistência. A desistência frustra os planos e as expectativas dos outros - expectativas que eles, muitas vezes, frustraram em si mesmos e outorgaram ao outro, mesmo sem perceberem que isso abate e sobrecarrega.

A grande questão é que, ao manifestar as habilidades que lhe são inerentes, Petrelli passa a ser visto pelos outros com uma superioridade que não lhe parece (ainda) perceptível. Se para o olhar de fora essas habilidades são tão destacadas, para ele a naturalidade com que elas se manifestam não o deixa pensar além do fato de serem essas habilidades uma simples extensão do que ele é. Nisso o processo mítico se dá: o sujeito em si não se dá conta de que aquilo que ele faz ou representa é maior do que ele mesmo. Ele se olha no espelho e se vê como igual (a ele mesmo), enquanto os outros o vêem como diferente (deles, dos outros). Mas, ao ser visto pelos outros como "diferente" ou "especial", vem o peso das cobranças, e essa identidade esperada (pelos outros) pode entrar em conflito com a afirmação da identidade real, quebrando a linha de comunicação e promovendo ate mesmo ruído, afastamento e conseqüente transgressão.

A expectativa das pessoas é de que Petrelli ocupe, a todo instante e a qualquer preço, o seu papel de modelo do grupo. Há uma sensação de que suas virtudes serão de pouco proveito se não estiverem a serviço daquele grupo que o proclama e o incensa: fora do grupo, ele não será por eles reconhecido nem ovacionado.





segunda-feira, 20 de outubro de 2008 às 15:05 , 0 Comments

O enigma do quebra-cabeças e da peça perdida


Ao ingressarmos em um grupo, pertencermos a um sistema, nos tornamos parte de um grande quebra-cabeças. Juntos, tomaremos forma e daremos forma, faremos sentido e produziremos sentido.

No quebra-cabeças do convívio social, encaixamos as partes com encaixes que devem ser sempre perfeitos. O menor sinal de desajuste, de incompatibilidade ou de encaixe imperfeito pode significar que aquela peça não deveria estar ali, que está encaixada indevidamente naquele lugar.

O momento de encontro da peça com as demais peças é quase divino. Sobretudo quando se encaixa a última peça, aquela que dá forma e sentido à imagem. tem-se a npítida impressão de que a última peça do quebra-cabeças é a mais esperada, é a "pedra fundamental", é a ponte para a travessia do mundo sem sentido para um mundo de representação simbólica mais clara, visível, facilmente percebida pelos sentidos humanos.

O que acontece, porém, quando uma peça dessas se desprende do todo? De imediato, a visão geral da imagem se deforma. O olhar é imediatamente atraído, num quebra-cabeças incompleto, para os buracos, para os clarões. É a nossa tendência humana a buscar o desvio, a quebra da regra, a dissonância. Se virmos um quebra-cabeças incompleto, nosso primeiro olhar mais atento será para a parte que falta da imagem, não para a aimagem (incompleta) em si. Inconscientemente, só visualizamos as partes que faltam a partir daquilo que visualizamos como a imagem completa, sugerida pelas peças que ali estão. Mas nossos olhos se voltam sempre para o que não é, em detrimento daquilo que é.

Quando a peça se desprende, restam-nos poucas alternativas. Em primeiro lugar, o objetivo macro está descumprido, pois a ausência da peça compromete o sentido da imagem. A reposição é, portanto, mais que necessária: vital. Uma possibilidade seria rearranjar todas as demais peças em posições diferentes, até que elas pudessem se encaixar de tal forma que não houvesse entre elas imperfeições e que, finalmente, sua junção pudesse novamente recriar uma figura. É bom que se diga: ainda que essa tarefa hercúlea se dê por realizada, seria tecnicamente impossível redesenhar a figura anterior. O que deixa claro que a perda de uma peça não encerra, em si só, a necessidade de um novo destino para uma nova significação dessa peça: ela implica em um reposicionamento e uma reflexão sobre o sentido real de todas as demais peças.

Resgatar essa peça perdida torna-se quase uma obsessão, em um primeiro momento. Todo caminho diferente desse resgate implicará em esforço, desgaste, sensação de dúvida, inconsistência. A contrapartida é que esse alto preço trará uma imagem nova, ou seja, promoverá uma reciclagem. Mas o desafio é impositivo, não é optativo. É "um acidente": a peça se perde, se desloca subitamente. Não há aviso prévio nem margem para provisão dessa perda, o que inutiliza qualquer esforço para evitar que ela saia do quebra-cabeças. Não há outra alternativa a não ser repensar toda a imagem - o que muitas vezes expõe uma falha de planejamento do jogador em não calcular a perda da peça como problema possível, e não ter um "plano B" para melhor equacionar a questão.

Quando uma peça sai do amálgama, todas as outras perdem o sentido anterior e precisam se reposicionar. Cada uma delas individualmente precisa redefinir sua significação para que, todas juntas, possam contruir uma nova imagem. Mesmo quando se reposicionam, esse esforço da reorganização as fará, inevitavelmente, reaver toda a trajetória, todas as possibilidades de novas imagens, tudo aquilo que elas até então acreditavam fazer sentido.

É mais fácil, portanto, repor a peça perdida do que tentar qualquer outra solução.


quarta-feira, 15 de outubro de 2008 às 12:43 , 0 Comments

A simbologia do Idiota



Nestes dias, refletindo sobre uma pessoa que teria aparecido em público para fazer uma afirmação infeliz e despropositada sobre determinado assunto, troquei as vestes da indignação súbita pelo traje sofisticado de uma profunda reflexão. Com isso, cheguei a uma conclusão: graças a Deus pelos idiotas!

Sim, viva os idiotas!

E se não fossem os idiotas para falarem aquilo que a gente precisa ouvir, aquilo que ninguém é idiota o suficiente para dizer - mas o idiota é - e acaba ajudando a gente a elaborar os planos, ou confirma nossas suspeitas? O que seria de nós sem eles?

O idiota tem sua figura retórica mais famosa no bobo-da-corte: infiltrado na realeza, expõe todas as mazelas e bizarrices dos nobres. E todos riem, e todos se divertem, porque ele - o bobo - realiza a catarse de expor o pensamento de todo mundo, sem que nnguém se exponha. Veja o favor que ele faz! Sagrado sacerdócio de ser idiota! Só ele se expõe: por isso todos precisam do bobo da corte!


Ninguém quer ser como ele, todos se relacionam superficialmente com ele. Há quase que uma benevolência, um sentimento de compaixão ou dó na relação com o bobo da corte... "coitado, ele não sobreviveria sem a sua idiotice", 'pobrezinho, ele é digno de pena". Acolher um idiota nos faz acreditar em filantropia: praticamos uma caridade, nos purificamos quando, deliberadamente, perdoamos ou aceitamos os idiotas entre nós. É como se estivéssemos reconhecendo que os seres inferiores precisam de amparo, e que toda a sua idiotice nos faz seres beneficentes, porque a toleramos.

A presença do idiota também nos serve para um crescimento. Vendo os erros que o idiota comete, percebemos os erros que nunca devemos cometer. Ele é espelho transgresso, é distorção da nossa própria imagem, reverso de nossa imagem pretendida: ele, o idiota, representa aquilo que não queremos representar. Em sua catarse, ele é antes de tudo uma cobaia social, porque se permite ser nosso objeto de experimentação: tudo aquilo que no idiota parece ridículo, é aquilo que devo evitar. Precisamos conviver com idiotas para aprendermos a não ser como eles! Há uma certa sensação de superioridade em nós quando o idiota se manifesta: ao julgá-lo tão baixo e inferior em suas atitudes, concluímos que estamos acima, elevados, superiores. Só nos reconheceríamos tão crescidos se tivéssemos efetivamente alguém tão parvo, tão mesquinho, tão apequenado diante de nós. É diante da mesquinhez do idiota que percebemos, também, o quanto melhoramos. Para isso, não precisamos humilhar nem depreciar o idiota. Caso o façamos, estaremos refletindo a própria imagem dele, que é, por natureza, expositor e delator dos outros.

Aquilo que o "idiota" (num sentido lúdico da palavra, sem ofender ou depreciar) expurga através de sua parva mentalidade é um mal secreto que passa a ser revelado, é uma ferida doentia que sangra exposta, é uma mentira que jamais será verdade, mas que nos fortalece na construção da nossa verdade, porque - travestindo-se de sinceridade - a idiotice (o modus operandi do idiota) desenterra tesouros, revela coisas ocultas, exorciza demônios.

Quando o idiota se pronuncia, a audiência gosta de ver seu pronunciamento. Ele não tem propriedade no discurso, não tem alinhamento. Sua retórica é torpe. Dizem alguns dicionários que um idiota tem
um quinto, ou menos, do nível normal do grupo de idade cronológica a que pertence. O idiota não tem prestígio, não tem respaldo. Ninguém o leva a sério, é claro. O idiota irrita e atrai ao mesmo tempo. Ele sugere o desprezo, a não-afeição, mas também sugere a curiosidade, porque sempre extravasa um pouco das coletividades inconscientes. Esse lado catártico do idiota, da "sinceridade-demais-que-é-falta-de-educação", permite que ele conviva socialmente, porque alguns ainda pensarão que ele é sincero, transparente, leal. Ele pode ser tudo isso, mas sua deficiência de raciocínio o impede de o provar: quanto mais o idiota tenta parecer igual ou inteligente, mais ele configura a sua estupidez! Por mais que se esforce para superar a idiotia, o idiota mergulha em profundo abismo e se banha cada vez mais profundamente nas águas de sua fraqueza simbólica. É como o afogado que, quanto mais se debate, mais perde ar e mais se afoga.

Algumas coisas em nossa vida só se tornaram claras e perceptíveis por causa dos idiotas que nos cercaram, e nos deram a possibilidade de enxergar o certo a partir de sua incrível vocação para fazerem o que é errado.

Viva os idiotas, eles têm parte fundamental neste plano de existência!

às 11:57 , 3 Comments

Sobre os Sistemas

Jim Morrison, autor de Break on Through, um hino da quebra de regras e paradigmas

Nossa sociedade possui grupos diversificados, e a cada um deles é dado um código de pertencimento. Chamemos esses grupos de "sistemas". São estruturas próprias de agrupamento de pessoas com idéias comuns e buscas individuais praticamente cerceadas em prol de um ideal fixo, universal, genérico. Dentro dos sistemas, a busca desse objetivo comum dignifica e gera status aos que mais se dão e aos que mais a alcançam objetivamente. Em termos gerais, o alcance desses interesses e a sua retenção são de caráter subjetivo, visto que diferentes sistemas podem apresentar valoração e mensuração dentro de escalas desproporcionais. Então, por exemplo, falando do sistema "família", é possível que um pai se orgulhe de seu filho médico enquanto outro se orgulhe de seu filho jogador de futebol. Normalmente a questão financeira é preponderante em quase todos os sistemas existentes.

Para que haja grau de pertencimento ao sistema é necessário obedecer a um conjunto de paradigmas ou corresponder a um código explícito proposto por esse sistema. A esse código chamaremos de "regra". A regra nada mais é do que comunicação. Ou seja, ela torna clara (comunica) o dispositivo ao qual todos os elementos que pretendem pertencer a determinado sistema precisam apreender e praticar. Visto que, segundo a Lingüística de Saussure, toda convenção e todo signo são arbitrários na comunicação, a regra também é arbitrária. Sua contradição está no fato de que a ela media e representa o todo, mas acaba gerando a necessidade de vigiar e punir, porque há elementos que pretendem pertencer ao sistema sem, com isso, submeter-se à regra. Para que seja mantida e não tolere controvérsias, a regra gera, então, a punição. É por meio de coerção que a regra se impõe aos casos diferentes, alheios à sua subordinação.

A úica forma de trasgredir efetivamente a regra é sair do sistema e estar fora de sua jurisdição. O expatriado não pode ser julgado segundo as normas de seu país. Quando se está fora da égide do sistema, a regra não se aplica, e a punição, portanto, não funciona.

domingo, 21 de setembro de 2008 às 08:09 , 1 Comment

Filme que vi ontem e adorei


O Procurado (Wanted)

Elenco: James McAvoy, Morgan Freeman, Angelina Jolie, Common e Kristen Hager.

Direção: Timur Bekmambetov

Gênero: Ação

Distribuidora: Paramount Filmes

Duração: 108 min.

Estréia: 22 de Agosto de 2008

Sinopse: Wes (James McAvoy) é um simples – e imprestável – trabalhador “de baia”, o mais sem graça do mundo. Seu chefe grita com ele o tempo todo, sua namorada o ignora rotineiramente e sua vida arrasta-se sem fim. Todos estão certos de que esse fracassado não tem valor. E há pouco que Wes possa fazer, a não ser esperar o passar dos dias e morrer batendo cartão em sua lenta rotina.

Até ele conhecer uma mulher chamada Fox (Angelina Jolie).

Depois que o desaparecido pai de Wes é assassinado, a sexy Fox o recruta para a Fraternidade, uma sociedade secreta que treina o rapaz para vingar a morte do pai, revelando seus poderes adormecidos. Enquanto Fox o ensina a desenvolver grande agilidade e reflexos tão rápidos quanto um raio, Wes descobre que esse grupo vive de acordo com um antigo código que não pode ser quebrado: executar as ordens de morte dadas pelo próprio destino.

Com tutores perversamente brilhantes — incluindo o enigmático líder da fraternidade, Sloan (Morgan Freeman) — Wes começa a usufruir de toda a força que sempre quis. Mas, lentamente, ele passa a perceber que há mais por trás de seus sócios do que consegue enxergar. E, enquanto oscila entre heroísmo e vingança, Wes aprenderá o que ninguém pode ensiná-lo: que ele mesmo tem controle de seu destino.

Curiosidades:
»
É o primeiro filme em inglês dirigido pelo pioneiro russo Timur Bekmambetov, criador de 'Guardiões da Noite', franquia de filmes de maior sucesso na história da Rússia.

» Baseado na explosiva série de história em quadrinhos de Mark Millar

segunda-feira, 25 de agosto de 2008 às 18:48 , 2 Comments

Imagens de um desertor em dias de liberdade


Colégio Abel: o ponto de referência para a chegada.



Praia de Icaraí... "o mar / misterioso mar..."!




Passeio vespertino no Campo do São Bento, em Icaraí.

Belo fim de tarde em Icaraí.



A Compão é a transadíssima casa de lanches de Icaraí. Decoração mais do que antenada, ambiente agradabilíssimo, sucos e sanduíches de cair o queixo.
O de uva com laranja é um achado...



O Museu de Arte Contemporânea, obra-prima de Oscar Niemeyer, decantado pela Viradouro: "museu como nave espacial".


"Tão Longe, Tão Perto" do MAC, né, Wim Wenders?!?!?!

Carlinha: sem dúvida, uma das mulheres de minha vida!
Como ela é importante para meus dias de solavanco!
Musa dos escapes e escapadas...
Amo demais!!!!!


Quer saber se um lugar é fino? Pergunta se tem loja da Osklen...
Requinte e bom gosto com estilo.
Onde tem essa loja, tô em casa. Já fiquei amigo de todos os vendedores, da gerente... ontem me chamaram para sair com eles após no expediente.
"Amigo dos amigos".. torcida Osklen... galera e-brigade!


"Encarando o mar": para freqüentar as aulas de Alemão nas férias, a ida de barca é o caminho mais rápido.
A foto mostra as águas que circundam a Ilha Fiscal.



"Penso, logo... FUJO!!!!"



Hora de dar um trato nas melenas...




Da série: "recicla-te ou alguém te devora"...




Centro de Artes da UFF... para um cine cult, uma seleção de livros interessantes ou uma simples refrescada nos jardins, de frente para a praia de Icaraí.


Impossível baixar nesta terrinha e não encontrar a minha sweet princess... linda e glamurosa como sempre!
Eu a a-do-ro!!!!


Teatro Municipal de Niterói, na saída lateral do Shopping Plaza.


Em noite de Batman, os painéis do Cinemark Plaza lembravam os quadros pintados por Isaac em Heroes.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008 às 08:39 , 0 Comments

NO MAC - 16/08/2008

quarta-feira, 20 de agosto de 2008 às 10:53 , 0 Comments

Na praia - 15/08/2008



"O mar (oi o mar)
Por onde andei mareou (mareou)
Rolou na dança das ondas
No verso do cantador"

domingo, 17 de agosto de 2008 às 18:37 , 0 Comments

Fuga em 13/08/2008



"Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra não chorar"

E nos chegam aqueles dias em que precisamos sair... divagar... caminhar por uma estrada, sair um pouco da rota de colisão das coisas comuns de nossa vida.

Quero assistir ao sol nascer,
Ver as águas dos rios correr,
Ouvir os pássaros cantar,
Eu quero nascer, quero viver

São dias em que a paz nos chama para um encontro a dois, a vida se oferece a nós com ares de mudança, os tempos parecem se encerrar e uma nova contagem no relógio nos traz o prenúncio de transformações e escolhas.

Se alguém por mim perguntar,
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar

Viver é isso: fazer escolhas, abrir fronteiras, explorar terras e sentimentos distantes.

às 18:21 , 2 Comments